Jazidas Fossilíferas
A Serra Cuca Macuca insere-se no Parque Paleozoico de Valongo que contém jazidas fossilíferas conhecidas internacionalmente.
Nesta saída de campo, observamos alguns afloramentos do paleozoico relacionadas com os ambientes de sedimentação e consequentemente com as aterações climáticas que ocorreram ao longo dessa Era.
O percurso teve início na zona do cavalete do Poço de São Vicente, numa antiga mina de carvão, zona de solos mais recentes do Paleozoico (Carbonífero) e, caminhando sempre para o passado, terminou em zonas onde ocorrem rochas mais antigas (Ordovícico Médio), onde se encontram as trilobites.
No período carbonífero, o mar recuara já para para W na região de Valongo e Gondomar, sendo a paisagem dominada por lagos com zonas pantanosas e rios instalados numa região montanhosa. A Península Ibérica localizava-se, nessa altura, ao nível do Equador, desenvolvendo-se florestas densas com árvores de grande porte em clima quente e húmido. Esta vegetação veio dar origem ao carvão que foi explorado nas minas de s. Pedro da Cova.
Algumas rochas do período do Carbonífero que podem ser encontradas neste percurso:
Brecha 
Arenito
Brecha em afloramento
Caminhando em direção a leste, encontramos rochas do Devónico e do Silúrico. Neste período, o nível de base do mar atingiu níveis superiores devido ao degelo dos glaciares. Este facto permitiu a recuperação de algumas espécies da grande extinção do final do Ordovícico.
Dobra geológica, na zona de contacto do Carbonífero com o Silúrico.
Dobra em alternância de xistos amarelos e quartzitos do devónico
Nesta zona, é possível encontrar alguns fósseis vegetais, como o Ptecopteris:
Prestes a chegar ao Ordovícico Superior, observam-se, ainda, algumas bancada de cor negra em afloramento, que indicam a presença do Silúrico.
Chegamos então ao Ordovícico Superior, um período em que ocorreram alterações climatéricas significativas.
Os diamictitos, anteriormente designados por “Pelitos com fragmentos”, são rochas do Ordovício Superior, que ocorrem na Europa e no Norte de África, são testemunhos de uma grande glaciação que ocorreu há cerca de 445 M.a..
Correspondem a uma sequência glacio-marinha constituída por uma matriz fina dominante com clastos dispersos de dimensões e litologias variadas. Pensa-se que se formaram a partir de sedimentos transportados por icebergs provenientes de uma grande massa de gelo, que cobria o Norte de África, e se depositaram na plataforma continental, estando o continente africano junto à Península Ibérica, nessa altura.
Nesta parte do percurso, observámos para além dos diamictitos:
Chaminés de fada: resultam da ação erosiva em terrenos detríticos heterogéneos.
Dropstones são fragmentos de rocha trasnportados por icebergs e incorporados no seio dos sedimentos de origem marinha aquando do degelo, formando diamictitos.
Quartzito com filonetes de quartzo da base do Ordovícico Superior, mais antigo que os diamictitos; terá sido formado a partir de areias depositadas na altura da glaciação e deu origem acristas quartzíticas.
Quartzito – Amostra de quartzito com filonetes de quartzo do período do Ordovício Superior onde são visíveis várias boxworks com forma cúbica (cavidades resultantes da lixiviação de cristais cúbicos de pirite).
Quartzito – Plano de falha num quartzito preenchido por mineral de quartzo onde são visíveis as estrias da falha no quartzo.
Quartzito com filões de quartzo
Plano de falha em quartzito onde se visualizam as marcas originadas pelo deslizamento dos dois blocos.
Quartzito do Ordovício Superior com boxmorks e limonite (amarelada) resultante da alteração da pirite.
No período do Ordovícico, a glaciação e consequente abaixamento do nível do mar levou ao desaparecimento de 50 % das espécies marinhas, afetando trilobites, graptólitos, corais tabulados, crinoides, cistoides e braquiópodes.
Algumas imagens de fósseis encontrados neste local:
Pequeno exemplares de trilobites da família Asaphidae (estas trilobites geralmente aprsentam grandes dimensões)
Fóssil de trilobite do género Neseuretus, localizado mesmo no meio do caminho.
Asaphidae completa
Nisho de Placoparia
Pígido incompleto de Asaphidae (molde externo e interno)
